No Terra Madre, alianças para mudar o modelo dominante de produção de alimentos

29 Сен 2024 | Portuguese

Direito ao alimento para todos, grilagem de terras, legislação justa: é a partir disso que o Slow Food cria uma alternativa sustentável baseada na cooperação

“O que podemos fazer para mudar os sistemas alimentares, para torná-los melhores? Cada um de nós pode fazer a sua parte, como  indivíduos, como tomadores de decisão ou como administradores de empresas, pois a mudança só pode acontecer se todos tivermos o mesmo objetivo. A comida pode ajudar a se reconectar uns com os outros, e a mudar os sistemas alimentares para melhor, e para todos”, afirma Marta Messa, Secretária-Geral do Slow Food:

“Pensem em como o Terra Madre é fundamental para criar relações e novas formas de colaboração. Multidões de pessoas, dos quatro cantos do mundo, estão se juntando, aqui em Turim, para provocar uma mudança a partir da base, desafiando uma ordem econômica global que aflige os fracos, declara guerra à natureza diariamente, explora recursos humanos e naturais”.

A nível europeu, é mais importante do que nunca fortalecer o trabalho de advocacia, principalmente porque as corporações multinacionais do setor agroalimentar estão exercendo toda sua influência e fazendo lobby para desrespeitar a urgente necessidade de uma transição ecológica verdadeira, baseada na agroecologia. 

Nina Wolff, membro do Conselho Slow Food da Alemanha, explica por que as decisões tomadas na UE podem ter consequências pesadas:

“Devemos garantir que nossa forma de produzir e consumir alimentos na Europa e nos países do Norte do mundo não afete negativamente os países do Sul do mundo. É uma questão de justiça. Por exemplo, desejamos garantir que os agrotóxicos proibidos no Norte do mundo e na UE não possam mais ser exportados para os países do Sul do mundo, e tem boas razões para isso: eles são prejudidciais para os polinizadores, para os insetos em geral e para nossos ecossistemas; precisamos proteger as pessoas que moram nos países do Sul global, da mesma maneira que na UE.” 

O discurso passa para o direito ao alimento; a soberania alimentar, com seu significado mais profundo e verdadeiro de solidariedade, não de competição; e a construção de um mundo mais justo a partir da base. Marta Messa afirma:

“Para nós, o direito ao alimento significa uma alimentação sem produtos que exploram o trabalho escravo, que respeitando o meio ambiente, os animais e as gerações atuais e futuras. Especialmente quando nos referimos a produtos, temos que garantir que todos tenham acesso à terra, sementes, água, para continuar o trabalho importante que realizam”. 

No Terra Madre, também ouvimos a Rede de Povos Indígenas do Slow Food, que estão lutando contra a grilagem de terras e de água. 

“Meu nome é Dai Kitabayashi, faço parte da comunidade indígena Ryukyus em Okinawa, Japão. Em Okinawa, a nossa terra foi tomada pelas forças militares e foi violado o acesso ao mar. E agora, a presença de forças militares contamina nossa água afetando nossa comida. Estamos lutando para recuperar nossas terras”.

Do Brasil, Jailson Jacinto Pereira Juruna, líder da Comunidade Indígena Juruna, conta:

“Os Juruna estão lutando contra o projeto da mineradora Belo Sun, que restringiria o acesso ao rio Xingu e, provavelmente, contaminaria a água com produtos químicos. O rio Xingu é muito importante para o nosso povo, no Pará. O rio é nossa mãe e nosso pai, ele nos dá comida, água para beber e sustenta nossas almas”.

Elizabeth Atieno Opolo, ativista do Greenpeace África, conclui:

“Atualmente, existem dois desafios urgentes na África: as responsabilidades pela exploração dos recursos alimentares africanos, e a crise climática que está castigando as comunidades locais. Quando falamos sobre responsabilidades pelo atual sistema alimentar africano, é onde vemos modelos de desenvolvimento econômico focados basicamente na segurança alimentar, em vez de garantir a soberania alimentar das comunidades”.

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