Dia 8 de maio, o Slow Food Europa uniu-se a mais de 30 organizações da sociedade civil e think tanks para pedir que o próximo presidente da Comissão Europeia desenvolva uma política alimentar da UE. Em uma carta aberta aos principais candidatos à presidência, as organizações – representando os setores da agricultura, pesca, meio ambiente, bem-estar animal, saúde, consumidores, desenvolvimento, justiça social, clima e silvicultura – também propõem que um vice-presidente da Comissão Europeia seja responsável por garantir uma transição para sistemas alimentares sustentáveis.
Com as eleições europeias tendo lugar entre 23 e 26 de maio, os signatários ressaltaram o potencial para uma política alimentar integrada para solucionar o déficit democrático nos sistemas alimentares e reequilibrar o poder. O Slow Food Europa acredita que mudando o foco das políticas setoriais (por ex.: agricultura, pesca, saúde) para uma política alimentar integrada, um número maior de interessados pode ser envolvido na concepção e avaliação das políticas. É também uma oportunidade para a UE e seus Estados-membros discutirem as preocupações de muitos cidadãos, além de ser fundamental para que cumpram seus compromissos de proteger as pessoas e o planeta, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
“Os desafios são muito grandes e precisamos ser ambiciosos para enfrentá-los. Precisamos de uma mudança de governança e é por isso que propomos a criação do cargo de vice-presidente da Comissão Europeia, responsável por garantir a sustentabilidade dos sistemas alimentares. Teria um papel fundamental na coordenação dos esforços dos diferentes departamentos que impactam os nossos sistemas alimentares e na tentativa de desafiar o equilíbrio de poder e avançar o debate”, declarou Francesco Ajena, do Painel Internacional de Especialistas em Sistemas Alimentares Sustentáveis, que, durante o Slow Fish, em Gênova, apresentou a ideia de ter uma Política Alimentar Comum na Europa.
A carta aberta é a primeira ação da coalizão informal após o relatório do IPES de fevereiro de 2019, Rumo a Uma Política Alimentar Comum para a União Europeia . O Slow Food Europa fez parte de um processo de três anos de pesquisa participativa, que produziu um projeto detalhado de reforma dos sistemas alimentares europeus sob uma Política Alimentar Comum, com 80 propostas concretas de reforma para curto, médio e longo prazo.
Indre Anskaityte, Slow Food Europa