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30 Jan 2015
Em 13 de janeiro, foi aprovado, durante uma Plenária do Parlamento Europeu, um texto importante que, com uma alteração da Diretiva 18 de 2001, define de uma forma mais clara o processo de autorização, na Europa, de cultivos OGM, dando, ao mesmo tempo, mais flexibilidade aos Estados-Membros para limitarem ou proibirem os cultivos geneticamente modificados nos seus territórios. A Proposta de alteração da Diretiva 2001/18 do Parlamento Europeu e do Conselho de 12 de março de 2001 já havia sido aprovada durante a terceira reunião do Trílogo, no 10 dia de dezembro do ano passado.
Depois de uma leitura atenta, o Slow Food acredita que o texto que espera a aprovação definitiva da plenária, não atende totalmente aos pedidos apresentados por muitos, com a esperança que o Parlamento Europeu e o Conselho aperfeiçoassem a norma. De modo especial, o Slow Food tem dúvidas sobre a eficácia do texto e sobre os interesse dos agricultores e dos cidadãos serem realmente o elemento central da abordagem adotada.
Com esse artigo, apenas queremos chamar de novo a atenção para uma questão que nos inquieta: a rotulagem obrigatória dos produtos para a alimentação humana que contêm OGMs, que se tornará, cada vez mais, a única ferramenta que os cidadãos têm à disposição para que possam escolher. Esperamos, portanto, que o Parlamento e a Comissão Europeia avaliem a adoção de medidas apropriadas.
Sobre a questão da rotulagem, recentemente, o Slow Food Reino Unido realizou um questionário relativo a uma preocupação comum dos consumidores: a carne de animais alimentados com ração transgênica não é sempre rotulada, embora cada vez mais cidadãos exijam o direito de saber o que têm em seu prato. O Slow Food Reino Unido enviou um email para três dos maiores supermercados britânicos: Tesco, Morrisons e Sainsbury’s.
Infelizmente, as respostas confirmaram as preocupações. A rede Morrisons, por exemplo, respondeu que não pode garantir que a carne e os laticínios vendidos em seus supermercados venham de animais alimentados com rações sem OGMs, ainda mais agora que a própria EFSA confirmou a segurança das rações. A Sainsbury’s justificou-se, dizendo que os ingredientes transgênicos não apresentam nenhum tipo de risco para a saúde humana (não havendo, portanto, necessidade de rotular alimentos produzidos com o uso de OGMs). A rede Tesco comentou que uma política de rações sem OGMs para aves não seria sustentável, reinterpretando o conceito de sustentabilidade para seu uso e consumo…
Que seja. Vamos supor que seja realmente impossível trabalhar com rações sem OGMs. Mas não rotulando os seus produtos, acreditando que sejam totalmente seguros, estes supermercados e muitos outros estão negando um direito que nós, consumidores, queremos e devemos ter: o direito de saber o que temos em nosso prato.
O Slow Food Reino Unido está promovendo uma campanha para afirmar esse direito e pede a todos aqueles que estiverem de acordo, que assinem uma petição online. Podemos todos assinar, basta clicar no link www.gmfreeme.org
Para conhecer a posição do Slow Food sobre o texto votado na plenária de 13 de janeiro, clique aqui.
Para ler todas as respostas dos supermercados Morrisons, Sainsbury’s e Tesco ao Slow Food Reino Unido, clique aqui: www.slowfood.org.uk/label-leave/
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