IPES-Food revela Política Alimentar Comum para a Europa: Slow Food entre os coautores do processo

15 Fev 2019

“Uma Política Alimentar Comum para a Europa é necessária e urgente para enfrentar a mudança climática e deter a perda de biodiversidade.” Essa foi a mensagem de um relatório publicado em 7 de fevereiro pelo Painel Internacional de Especialistas em Sistemas Alimentares Sustentáveis (IPES-Food, na sigla em inglês), após um processo de investigação participativa de três anos. O Slow Food foi um dos 400 atores do sistema alimentar que ajudaram a definir um projeto de reforma, apresentado durante a reunião de alto nível do Comitê Econômico e Social Europeu (CESE).

“Hoje é um dia muito importante, pois é um dia zero para a criação de uma Política Alimentar Comum, capaz de gerar uma transição generalizada para sistemas alimentares sustentáveis, de uma forma que uma Política Agrícola Comum (PAC) não consegue”, afirmou Olivier De Schutter, copresidente do IPES-Food, na reunião de alto nível do CESE. width=

O relatório apresenta 80 propostas de reforma concretas, entre elas, a introdução de restrições sobre a comercialização de “junk food” (a “comida lixo”) em toda a UE, exigindo que os Estados-Membros desenvolvam Planos de Alimentação Saudável, criem um Observatório da Terra da UE e um Conselho de Política Alimentar da UE. A perspectiva de ter um Conselho de Política Alimentar na UE foi apoiada por grupos da sociedade civil e por representantes da UE.

“Um Conselho de Política Alimentar da UE deve ser bem integrado no processo de tomada de decisões, não podendo ter apenas um efeito placebo. As sugestões das partes interessadas precisam contribuir de forma eficaz para o processo de tomada de decisão”, declarou Marta Messa, diretora do Escritório Europeu do Slow Food, numa mesa de discussão com os representantes da sociedade civil.

Tomadores de decisão de alto nível da UE participaram do lançamento do relatório no CESE. O Comissário Europeu para Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Vytenis Andriukaitis, incentivou o painel a falar não apenas sobre políticas alimentares, mas sobretudo sobre alimentos saudáveis. width=

“Instrumentos de saúde pública devem fazer parte de todas as políticas: do campo à mesa, pois há evidências da ligação entre alimentação e obesidade infantil, diabetes e câncer. A nossa geração tem o dever e a grande responsabilidade de projetar, desenvolver e apoiar uma mudança para políticas alimentares abrangentes, responsáveis do ponto de vista nutricional e sustentáveis.”

“Graças à PAC, não há mais escassez de alimentos na Europa, mas o meio ambiente está pagando o preço. Precisamos de uma transição urgente para um sistema alimentar mais sustentável, saudável e que respeite o meio ambiente”, afirmou o presidente do CESE, Luca Jahier, que abriu a reunião de alto nível.

Um novo relatório “Rumo a uma Política Alimentar Comum para a União Europeia” traça uma visão única, com prazos determinados, para reformar os sistemas alimentares europeus no âmbito de uma Política Alimentar Comum: um quadro político definindo uma orientação para todo o sistema alimentar, realinhando as várias políticas setoriais.

 

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