Food for Change – Alimento para a mundaça e as historia dos delegados
20 Jun 2018
Food for change, cada um de nós, todos os dias, na nossa própria mesa, para um futuro melhor do planeta.
Gerar a mudança em cada um de nós, no nosso dia a dia, a partir do alimento, da escolha do que compramos – e o que cultivamos – para preparar o que comemos. Este é o objetivo da décima segunda edição do Terra Madre Salone del Gusto: ir além dos cinco dias do evento e da campanha de divulgação que, durante alguns meses, tomará conta dos canais de comunicação da associação e da mídia italiana e internacional.
Essas são as histórias de quem já promove o Food for Change todos os dias, em sua própria vida, em todos os cantos do mundo. Veja o que significa para a rede Slow Food mudar o mundo pelo alimento, com o próprio trabalho ou mesmo com o tempo livre, um passo de cada vez.
Isabel Angelica Inayao Sepulveda – As Mujeres Rurales no Chile
Isabel Angelica Inayao Sepulveda é uma jovem chilena que se dedica à agricultura sustentável de pequena escala na zona rural dos arredores da pequena cidade de Paillaco, no sul do Chile. Ao lado de outras 18 mulheres, Isabel trabalha na Agrupación por la biodiversidad de Paillaco (Grupo para a Biodiversidade de Paillaco). São mujeres rurales (mulheres rurais) que fazem parte da rede local do Slow Food, praticam uma agricultura sem produtos químicos e se dedicam à pesquisa de variedades locais, promovendo uma alimentação saudável, em contraste com o aumento de doenças resultantes do consumo excessivo de alimentos processados. Essas mulheres produzem hortaliças de forma agroecológica, mas também colhem ervas e frutos silvestres para vender semanalmente no mercado local. A especialidade do grupo são as geleias de murta, uma frutinha vermelha de um arbusto originário do sul do Chile.
Christian Aguerre – Criação sustentável no País Basco Francês
“A maioria das pessoas, quando pensam em patrimônio cultural, consideram apenas monumentos e prédios históricos, mas para mim, um porco que vive livre na natureza representa um monumento muito mais bonito do que uma igreja em ruínas”. Quem explica o seu ponto de vista é Christian Aguerreche, que trabalha no País Basco Francês com um grupo de produtores para proteger a biodiversidade local, criando raças antigas de porcos e ovelhas, além de cultivar variedades locais de milho e cerejas. A baixa capacidade reprodutiva põe o porco basco de Kintoa em situação de risco; mas a Fortaleza Slow Food e as características da raça, que facilitam a criação em liberdade, e também a qualidade gastronômica da carne, podem salvá-lo da extinção.
Akeisha Clarke – As pescadoras do Slow Fish Caribe
Uma jovem indígena que trabalha com pesca artesanal de pequena escala, um meio onde a maioria dos trabalhadores, sejam eles pescadores ou operadores em terra, são homens e o papel da mulher não é reconhecido. Ela se chama Akeisha Clarke e participará pela primeira vez do Terra Madre Salone del Gusto, representando a comunidade de pescadores de Petit Martinique, não muito distante da ilha principal, Granada. A comunidade recentemente aderiu ao projeto do Slow Food Caribe, que promove a gestão sustentável de recursos naturais, vital para combater a pobreza e garantir a segurança alimentar.
Pierre Thiam – O Rei da Nova Cozinha Africana e os Cereais do Sahel
Pierre Thiam é um chef senegalês muito conhecido em Nova Iorque, onde foi chamado de “rei da nova cozinha africana”, por sua interpretação contemporânea de sabores étnicos, que conquistou um público respeitável. “Quando cozinho, quero que cada prato meu vá além da receita que apresento, que deixe uma marca.” Thiam teve sucesso usando o fonio, um cereal considerado miraculoso por suas características nutricionais e técnicas que permitem o seu cultivo com pouca água e em ambientes inóspitos. “Esta pequena semente pode mudar o destino do continente africano e, em particular, da faixa subsaariana do Sahel, a mais pobre, de onde partem centenas de milhares de jovens, arriscando a vida para tentar a sorte na Europa. É por isso que estou trabalhando para que o cultivo do fônio possa chegar aos mercados internacionais.”
Slow Food Praga e o projeto das cantinas escolares
Eles trabalharam com a opinião pública e instituições nacionais, além de participar de discussões com o Ministério da Educação para conscientizar sobre a importância da educação alimentar e de refeições saudáveis nos refeitórios escolares. Há dois anos, o Slow Food Praga lançou o projeto Dream Canteen, influenciando a política nacional e contribuindo para a ratificação do chamado Decreto de Titbit, que proíbe a venda de alimentos industrializados nas máquinas de autosserviço e nos bares das escolas, promovendo a distribuição de lanches mais saudáveis, como frutas e verduras.
Helen Nguya – Hortas e Fortalezas para proteger os direitos de pessoas vulneráveis na Tanzânia
Em mais de 35 anos de experiência na realização de projetos de desenvolvimento para comunidades na Tanzânia, a partir do alimento e da agricultura sustentável, Helen Nguya sempre trabalhou segundo o princípio de que as comunidades devem incorporar a mudança que querem. Ela é a fundadora da organização local Trmega (Treinamento, Pesquisa, Monitoramento e Avaliação sobre Gênero e Aids), um ponto de referência para pessoas vulneráveis, como viúvas, crianças, mulheres pobres e pessoas vivendo com HIV e AIDS. Em 2004, ela entrou em contato com o Slow Food e hoje é um dos maiores entusiastas na divulgação do projetos das Hortas na África, que contribui para a criação do Presídio do Mel de Abelhas Melipona (sem ferrão??) Arusha e outros projetos do Slow Food na Tanzânia.
Gianrico Fabbri – O Mercado da Terra Montevarchi como motor da economia local
“Conheci o Slow Food através do meu irmão Luca, conhecido diretor da associação, mas apenas em 2004, quando participei como voluntário da primeira edição do Terra Madre, eu me apaixonei por essa belíssima rede e decidi ser parte ativa”, conta Gianrico Fabbri, 43 anos, funcionário de uma multinacional da moda e hoje coordenador do Slow Food Toscana. Até pouco tempo atrás, Gianrico era o líder do convivium Colli Superiori del Valdarno, na província de Arezzo, onde nasceu o histórico Mercado da Terra Slow Food. Hoje, o mercado abre todos os dias e gera cerca de 1.5 milhões de euros por ano. “Os 80 produtores participantes trabalham num raio de 40 km de Montevarchi. Para conduzir as atividades, foi criada uma rede com os produtores, uma cooperativa que lida com vendas e um comitê que também inclui o Slow Food. O produtor de cada fruta, hortaliça ou cereal vendido no mercado é facilmente identificável; e uma vez por mês, os produtores vêm pessoalmente ao mercado, convidando coprodutores para visitarem as fazendas e tocarem com as próprias mãos o solo, as técnicas, a ração e as ferramentas. “Na minha região, que vive da indústria e da produção artesanal, o mercado é um canal importante para a economia agrícola; para os coprodutores, ele representa a possibilidade de praticar a cadeia curta de abastecimento, assegurando frescor, qualidade e também um relacionamento de confiança com os produtores.”
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