Defender a produção de cacau-cabruca significa preservar toda a biodiversidade local
21 Dez 2017
Meu nome é Luciano, cultivo cacau no bairro Dois Riachões, em Ibirapitanga, sul da Bahia, Brasil. É uma terra de florestas e nascentes (tem aproximadamente 3500 nascentes), com pés de cacau-cabruca cultivados de forma agroecológica, numa área de 150 hectares.
Nesse sistema agroflorestal, os cacaueiros crescem em harmonia com a biodiversidade local, coexistindo com mais de 250 espécies nativas, num ambiente onde há também animais em risco de extinção, como o mico-leão-de-cara-dourada. Além disso, esse sistema agroecológico contribui para mitigar os efeitos da mudança climática na região. Ao longo dos últimos dois anos, a mudança climática produziu uma seca prolongada, que gerou consequências sobretudo na Mata Atlântica, alterando o ciclo de chuvas na região e provocando, consequentemente, a perda das safras de cacau. Esses longos períodos de seca, sobretudo em 2015-2016, reduziram muito a produção de cacau-cabruca.
Defender a produção de cacau-cabruca significa preservar a Mata Atlântica e toda a biodiversidade local.
O método de produção não prioriza apenas a defesa do meio ambiente e a produção de cacau orgânico, mas garante ao mesmo tempo relações mais justas entre os produtores e o mercado, um maior poder de negociação para os produtores e uma menor exposição à volatilidade do mercado internacional. Nesse contexto, o Slow Food desempenha um papel fundamental na promoção e defesa do bioma, criando laços entre produtores e consumidores e promovendo uma produção alimentar boa, limpa e justa.
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