Terra Madre Salone del Gusto: incentivando ações no mundo inteiro

27 Sep 2022 | Portuguese

“A mensagem deste evento global é fundamental: as soluções para as muitas crises atuais hoje já existem. Ao longo dos últimos dias, vimos, ouvimos e trocamos ideias com as centenas de agricultores, cozinheiros, produtores de alimentos, ativistas e especialistas que se reuniram aqui em Turim”, comentou Edward Mukiibi, o recém-eleito presidente do Slow Food. Tema do evento, que aconteceu no Parco Dora de Turim de 22 a 26 de setembro, foi RegenerAction, a RegenerAção, um jogo de palavras chamando a atenção para a necessidade de tomar medidas urgentes capazes de regenerar nossos sistemas alimentares. “Comunidades locais que crescem graças à produção de alimentos bons, limpos e justos testemunham a resiliência de raças e cultivos biodiversos à mudança climática e sua capacidade de promover a justiça social – em outras palavras, a possibilidade de garantir um futuro promissor para as próximas gerações”, continuou Mukiibi. “Como movimento alimentar global, saímos de Turim com uma força e uma determinação renovadas. Como presidente do Slow Food, orgulho-me muito”.

Esta 14ª edição do Terra Madre Salone del Gusto, o encontro global da rede Slow Food e maior evento mundial dedicado aos alimentos e às políticas alimentares sustentáveis, mostrou como o alimento pode se tornar uma ponte para a paz, demonstrando como, através da inclusão e do diálogo, podemos cultivar juntos um futuro melhor. Mais de 3.000 representantes da rede Slow Food, procedentes de 130 países, reuniram-se para compartilhar suas experiências e encontrar soluções que pudessem levar consigo, reforçando mais ainda o significado de pertença que define a rede Slow Food. Eles também inspiraram os mais de 350.000 visitantes que, durante cinco dias, participaram do evento, oferecendo ideias práticas para encorajar todos a produzir um impacto no sistema alimentar por meio de suas próprias ações, conforme descrito no toolkit RegenerAction.

“O Terra Madre representa concretamente o poder de se reunir como rede global. Como mulher indígenas Nahua, fazer ouvir as vozes e defer as lutas invisíveis dos povos indígenas é fundamental para termos sustentabilidade e justiça alimentar”, acrescentou Dali Nolasco Cruz, membro do conselho do Slow Food. “Fornecer as ferramentas para empoderar as comunidades agrícolas, conectando-as aos consumidores é fundamental para os sistemas alimentares sustentáveis. Os Sistemas de Garantia Participativa (PGS) e a blockchain, por exemplo, são um divisor de água. Um PGS baseia-se na participação ativa das partes interessadas e é construído a partir de uma base de confiança, redes sociais e troca de saberes. A blockchain é um sistema de rastreabilidade que permite acompanhar de forma segura cada passo do processo de produção. O PGS e a blockchain combinam o melhor das relações de confiança com tecnologia inovadora ao serviço das comunidades locais e das pessoas, não das multinacionais. No Terra Madre, os agricultores testemunharam como ser parte de uma comunidade e se beneficiar de ferramentas como o PGS em suas vidas, ofereceu vantagens e novas possibilidades. Novas possibilidades que se traduzem em melhores condições de vida para as comunidades locais e as famílias”.

Nina Wolff, também membro do conselho do Slow Food e presidente do Slow Food Alemanha, disse: “Enquanto a Assembleia Geral das Nações Unidas discute os principais desafios que o mundo está enfrentando, o Slow Food pede às instituições e tomadores de decisão que escutem a nossa voz: as soluções para a humanidade não chegarão de cima para baixo, mas do fortalecimento da rede de comunidades locais e apoiando seus conhecimentos, experiência e capacidade de inovação. No Terra Madre, reunimos profissionais e tomadores de decisão da UE, apresentando os pareceres e a experiência de agricultores e veterinários, reunidos no documento de posição do Slow Food sobre bem-estar animal. Como resultado, sua experiência será levada em consideração, com a redação de um regulamento da Comissão Europeia sobre bem-estar animal. É apenas um exemplo do impacto que o nosso trabalho de advocacia pode ter”, concluiu ela.

“Precisamos de mudanças e ações radicais, e não apenas de palavras”, informou Jorrit Kiewik, diretor da Slow Food Youth Network e membro do conselho do Slow Food. “As nossas ações podem e devem ser diárias, e acontecer em todos os contexto. Votamos diariamente com nosso garfo, mas também devemos mudar nossos ambientes alimentares: votar “com o garfo” é quase impossível se você mora num deserto alimentar, mas todos precisamos agir. É por isso que descemos à rua com as os Fridays for Future, descemos à rua com amplas alianças. É importante conscientizar e empoderar as pessoas para que tomem medidas. Para que aprendam a usar as sobras criando receitas deliciosas ou para que assinem uma petição para acabar com os OGM, são ações individuais que podem percorrer um longo caminho”.

 

 

 

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