Cabo Verde pela primmeira vez no Salone Del Gusto
29 Oct 2006 | Portuguese
O Salone Internazionale del Gusto recebe pela primiera vez comunidades da República do Cabo Verde que apresentam durante o evento, algumas tradições alimentares do arquipélago e inicia o processo para se tornar sede das “fortalezas Slow Food. Além da comunidade de produtores de vinho de Chã das Caldeiras, na Ilha do Fogo, participam dois integrantes da comunidade de produtores de queijo de cabra da Ilha de Sant’Antão.
A uva foi foi introduzida pelos colonizadores portugueses no século XVI. Hoje a comunidade é composta por 30 pequenos produtores unidos pela associaçãão Chã das Caldeiras e juntos produzem aproximadamente 30 mil litros de vinho, 400 litros de destilados e 300 litros de cachaça de uva por ano. A produção dos vinhos tradicionais (Moscatel Preta e Preta Tradicional) contam ainda com a colaboração de entidades italianas, que ajudam na pesquisa de metodos de producao.
Convidados pela Faculdade de Ciências Agrárias do Piemonte, dois integrantes da comunidade participam ainda da Terra Madre, o grande encontro mundial entre as comunidades do alimento. Leão Lopes, ex-ministro da cultura do Cabo Verde e presidente da ONG Atelier Mar, explica que o queijo produzido em Sant’Antão é resultado de um processamento absolutamente natural do leite, sem a adicão de água, sem o uso do fogo, sem ser resfriado ou refrigerado. A produção acontece em Bolona, uma pequena cidade em um planalto semi-árido onde vive um rebanho de sete mil cabras e que garante renda e trabalho a mais de 60 famílias. O queijo Bolona, tradicional na alimentação caboverdiana, representa um pouco da quase intacta cultura do lugar. “Cabo Verde é um país pobre e talvez por isso conseguimos ainda manter as nossas tradições. Agora estamos entendendo como preservar e valorizar a tradição agrícola e pecuária do nosso país”, completa Lopes Leão. Para ele, o contato com a filosofia Slow Food ajudou a esclarecer este objetivo. “De maniera geral, o povo de Cabo Verde é ligado aos seus costumes e pode aprender ainda mais a protegê-lo”, completa. O turismo intensivo em algunas ilhas representa um certo risco para esta “cultura de preservacao” do tradicional, ainda assim, continua Leão, as iniciativas dentro do turismo também estão voltadas para a prática do turismo consciente, uma outra bandeira Slow Food.
Além do queijo de Sant’Antão e do vinho da Ilha do Fogo, Cabo Verde pretende ainda apresentar outros produtos inportantes para o país, como a aguardente de cana e diversas compotas e geléias de frutas produzidos no arquipélago.
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