483 Organizações europeias, incluindo Slow Food, pedem que o Parlamento Europeu suspenda o TTIP

06 Jul 2015 | Portuguese

A Aliança dos Cidadãos Europeus contra o TTIP escreve uma carta aberta aos membros do Parlamento Europeu sobre a resolução do TTIP

Poucos dias antes do Parlamento Europeu voltar para votar a resolução do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (APT ou TTIP em inglês), 483 organizações da sociedade civil de toda a Europa, incluindo a Aliança Stop-TTIP, estão pedindo aos membros do Parlamento Europeu (MEPs) que votem contra o TTIP numa carta aberta. Na segunda-feira, 6 de julho, todos os MPEs receberam a seguinte carta (disponível em diversas línguas), que foi assinada pela Aliança Stop-TTIP em todos os Estados-Membros.

O Parlamento Europeu deveria ter realizado a votação do TTIP dia 10 de junho, mas adiou o debate e a votação após mais de 200 emendas ao acordo terem sido apresentadas. A votação da resolução do TTIP pelo Parlamento Europeu será realizada na quarta-feira, dia 8 de julho.

Aliança Stop-TTIP expressa a opinião da sociedade civil: hoje, 2,3 milhões de pessoasestão pedindo a suspensão das negociações do TTIP. Segundo o Slow Food, uma rejeição total do TTIP é a única solução.

O Slow Food pede que o Parlamento Europeu rejeite o TTIP e não concorde com nenhuma emenda. Como afirmou Carlo Petrini, presidente do Slow Food:

“Se o TTIP passar, nosso sistema alimentar cotidiano, que já sofre mudanças drásticas e sub-reptícias, continuará a se tornar ainda mais desconectado da esfera das pessoas. Os acordos de livre comércio, do NAFTA em diante, não levaram a uma melhoria da qualidade de vida dos pequenos produtores e daqueles em desvantagem econômica, apenas multiplicaram os lucros dos especuladores mais ricos.”

Ursula Hudson, presidente do Slow Food Alemanha, afirmou:

“O TTIP, na sua forma atual, é totalmente inaceitável. Ao invés do TTIP, precisamos de coisas diferentes: queremos democracia, transparência e proteção legal para seres humanos e não mais direitos para que as corporações processem. Queremos a preservação e o desenvolvimento futuro da política ambiental europeia, os padrões que alcançamos até agora, em vez de sua subordinação à lógica do livre comércio.”

Richard McCarthy, diretor executivo do Slow Food EUA, declarou:

“Estamos profundamente preocupados com esta pressa pela desregulamentação, diminuindo o controle e a transparência do nosso sistema alimentar, que trará uma grande incoerência, pois neste exato momento, comunidades dos Estados Unidos e da Europa estão tentando ter mais controle das informações sobre rotulagem de alimentos, origem dos nossos alimentos e a forma de produção dos nossos alimentos. O TTIP vai comprometer estes esforços.”

A resolução do TTIP também prevê a inclusão de um mecanismo para resolução de litígios entre os investidores estrangeiros e os Estados (RLIE ou ISDS em inglês). O Parlamento Europeu deve tomar uma posição clara contra a RLIE. Isso permitirá que as empresas processem governos em sistemas de arbitragem privada no caso de ações que interfiram com investimentos e reduzam seus lucros previstos, uma prática que enfraqueceria o Estado de direito e os princípios democráticos.

Aqui, a versão da carta aos MPEs em português.  

Para maiores informações, entre em contato com o Departamento de Imprensa do Slow Food Internacional:

Paola Nano, +39 329 8321285 [email protected]

O Slow Food envolve milhões de pessoas que se dedicam e que defendem o alimento bom, limpo e justo: são cozinheiros, jovens, ativistas, agricultores, pescadores, especialistas e acadêmicos, em mais de 150 países. A rede conta com mais de 100.000 associados, reunidos em 1500 convivia (grupos locais) no mundo inteiro. Os associados contribuem ao movimento com suas inscrições, e com a organização de eventos e de campanhas. A rede conta ainda com mais de 2000 comunidades do alimento do Terra Madre, que praticam, de forma sustentável, a produção de pequena escala de alimentos de qualidade.

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