O Slow Food Planta as Sementes das Slow Food Farms

28 Set 2024 | Portuguese

O segundo dia do Terra Madre marca a virada para a agroecologia

Ontem, no Terra Madre, o maior evento internacional sobre alimento e políticas alimentares, que está acontecendo em Turim, Itália, a agroecologia tornou-se protagonista.

“A agroecologia é uma ciência que combina o conhecimento dos povos tradicionais, agricultores indígenas, camponeses, com a ciência moderna. E a partir daí há uma ponte, um diálogo de sabedorias, de onde nascem princípios, que permitem planejar sistemas agrícolas que serão diversos, resilientes e produtivos. A agroecologia também é um espaço de esperança nesses tempos de crise”

afirmou Miguel Altieri, docente da University of California, Berkeley (EUA), Coordenador do Programa de Agricultura Sustentável das Nações Unidas, e assessor científico do Consórcio Latino-Americano de Agroecologia e Desenvolvimento, que tomou a palavra em diversas conferências. Seu livro, Agroecologia – bases científicas para uma agricultura sustentável, é um texto fundamental no âmbito da agroecologia. 

A transição para a agroecologia é urgente e exige o esforço e a perseverança de todos os atores do sistema alimentar. Edward Mukiibi, presidente do Slow Food, ressaltou:

“Nessa transição, há agricultores que querem quebrar o sistema das multinacionais. Para enfrentar esse sistema, eles precisam se juntar. Há muitas outras organizações fazendo isso, e o Slow Food está reunindo os agricultores para iniciar esse caminho, para que alcancem um sentimento de pertencimento. Se queremos defender uma boa alimentação, se queremos apoiar os mercados locais e as economias locais, tudo começa a partir da fazenda. É por isso que as Slow Food Farms desempenham um papel tão importante”. 

Francesco Sottile, membro do Conselho Slow Food e professor de Biodiversidade e Qualidade em Sistemas Alimentares da Universidade de Palermo, afirmou:

“Estamos lançando as Slow Food Farms como uma nova rede de produtores bons, limpos e justos, que produzem por meio da agroecologia, em equilíbrio com a Natureza. Produtores e consumidores compartilham a responsabilidade de promover práticas agroecológicas ao produzir e escolher seus alimentos”.

Mariama Sonco (Senegal), agricultora, ativista e coordenadora nacional do Nous Sommes la Solution (“nós somos a solução”), movimento de mulheres rurais pela soberania alimentar ativo no Senegal, Burkina Faso, Mali, Gana, Guiné e outros países, declarou:

“Nosso movimento é composto por mulheres rurais que usam a agroecologia para influenciar os tomadores de decisão e valorizar os produtos. Na África, essa filosofia de produção sempre foi praticada pelas mulheres para autoconsumo e para manter o bem-estar da família, mesmo quando – como é o caso da maioria delas – não possuem terra. As mulheres desempenham um papel fundamental na preservação das sementes e, portanto, das variedades tradicionais ameaçadas pelo desmatamento que causa a extinção de muitas espécies. Só podemos oferecer um futuro para as próximas gerações se apoiarmos atividades de mulheres e jovens, e capacitando-as”. 

As Slow Food Farms devem se tornar a maior rede global de fazendas dedicadas à produção de alimentos bons, limpos e justos, que trabalham segundo os princípios da agroecologia. Elas representam o futuro da agricultura sustentável.

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